Oito coisas que aprendi escrevendo “As Flechas de Tarian”

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Quando lançei meu primeiro livro, fiz um artigo para o blog Pequenos Deuses onde listo cinco coisas que aprendi escrevendo “A Última Chave – Realidade em um Mundo Paralelo”. Agora com meu segundo livro lançado, resolvi ir um pouquinho além e listar oito coisas que aprendi com essa nova experiência:

1) A diversão no processo é essencial
Meu primeiro livro ficou com 174 páginas. Já “As Flechas de Tarian” teve o dobro e mais um pouco. São 384 páginas de um material bem mais denso, com uma história mais complexa e mais personagens. Isso significa que a diversão durante a escrita foi essencial para que eu terminasse esse livro. Por isso, escrever sobre o que se gosta é a única maneira de manter viva a alegria de escrever. Quando nos deparamos com situações que trazem dúvidas sobre o rumo que a história deve tomar, ou que tipo de informação precisamos incluir ou excluir e em qual momento, caminhamos para a beira de um abismo e quem não está convicto do que está escrevendo, pula no abismo, se perde na escrita e desiste. Aqui cabe um toque para quem está começando agora a escrever seu primeiro livro: Não importa o que está na moda, escreva o que te faz feliz. Divirta-se no processo.

2) Um pedacinho de você para o leitor
Escrever é um processo introspectivo, uma busca de si mesmo, de seus valores, de suas experiências, crenças, descrenças. É quase uma catarse. A gente coloca no “papel” aquela energia inquietante que pulsa em nossas veias, que agita nossa mente e nos faz sonhar, desejar e, finalmente, escrever. Sim, é verdade, criamos mundos, inventamos pessoas, damos a elas sentimentos, personalidades e funções. Mas todas elas carregam muito de nós, de nossa visão de mundo, de nossos conflitos e buscas. Escrever é doar um pouquinho de você e abrir uma janelinha do seu mundo para que quem lê você, dê uma espiada lá dentro.

3) Se você deu sabedoria ao seu personagem, confie nele!
Fiz um artigo onde explico que os personagens das nossas histórias têm personalidade. No livro “As Flechas de Tarian” há personagens sábios, dois em especial. Um deles é o mesmo que descrevo no artigo mencionado e é, sem dúvida, um personagem forte e importante para a história. Dei a ele sabedoria para desempenhar as tarefas que eu esperava dele. O curioso é que, por muitas vezes, ele “optou” por ações diferentes das que eu previa ou desejava e as decisões dele provaram-se acertadas e mais compatíveis com a trama. O que eu quero dizer com isso é: os personagens são um reflexo do autor. Se deu sabedoria a um deles, confie nisso e deixe que seu inconsciente fale por meio dele. Não tente racionalizar as decisões. Deixar a sua energia fluir e dar vida aos personagens é o que os faz confiáveis e confiantes!

4) Escrever uma série exige um nível de dedicação muito alto
Mas não é só escrever uma história grande para depois dividir em quantos livros a série terá? Bem, conheço autores que fizeram isso e deu tudo certo. Mas não foi esse o meu caso. Primeiro por falta de tempo. Segundo porque achei interessante colocar no segundo livro dessa série também as experiências que eu adquirir na vida e na leitura depois de ter fechado o primeiro livro. Mas é claro que é essencial ter todo o projeto delineado. Ao escrever uma série, há pistas que implantamos nos primeiros livros que só se desenvolverão nos livros subsequentes. Além disso, tudo precisa estar muito bem alinhavado para a história não perder força à medida que os livros forem lançados.

5) Complexidade demanda energia
Passei por um processo muito intenso ao escrever “As Flechas de Tarian”. Ri, chorei, me desesperei. Tive dúvidas, excluí capítulos, reescrevi várias coisas, tive medo. Mas terminei o primeiro livro com aquele gostinho de vitória. A primeira parte desse ambicioso projeto estava, finalmente, concluída. E confesso que saí dessa experiência com a nítida sensação de que nós escritores somos uma espécie de esponja. Senti-me espremida de forma a deixar sair todo o líquido, para então encher-me novamente de um líquido completamente novo. E depois, claro, ser espremida novamente, preenchendo novas folhas com novas histórias. Isso porque histórias complexas demandam esforço maior, energias complexas, e as esponjas ficam mais secas e cada vez comportam mais líquidos.

6) O amor é mais forte que tudo
Pode soar cafona e você pode me chamar de boboca, não me importo. Mas vou explicar essa afirmação tão batida: os relacionamentos fortes, aqueles baseados em sentimentos verdadeiros, têm uma força incrível e é muito comum eles movimentarem a história fazendo-a girar em torno deles. Personagens que se se amam (ou se odeiam) demais, tendem a ganhar mais destaque na escrita do autor e na mente do leitor. Por isso, é comum os romances não só permearem a narrativa, mas como também transformarem a história no palco de suas vidas. Em “As Flechas de Tarian”, confesso que sofri um pouco com a força dessa energia e foi, de certa forma, difícil domá-la. Não posso deixar de comentar, no entanto, que colocamos em nossos textos muito daquilo que nos forma. Se o amor é parte importante de nós, ele terá uma força imensa em nossas expressões escritas. O oposto também é verdadeiro.

7) Você pode ficar com fama de louco, mas se contar uma boa história, terá fama de louco competente
Para mim como autora de ficção o mais importante não é convencer o leitor de que os mundos que eu narro são verossímeis. Não fico preocupada em receber qualquer tipo de aprovação referente aos questionamentos e propostas que descrevo nas minhas publicações. O que me interessa, verdadeiramente, é propor um assunto e divertir o leitor. Quem me der a honra de alguns momentos diários do seu tempo, precisa ser recompensado com uma história diferente, com uma proposta cujo texto seja o mais fluido possível. Gostar ou não da narrativa, do assunto, da proposta, é uma coisa. Crer ou não naquilo tudo, é outro caso mais complicado, especialmente na literatura fantástica e/ou paranormal. A escrita me fez descobrir que não me importo que me chamem de louca, desde que eu seja uma louca competente.

8) Escrever significa ter que estudar
Quero dizer pesquisar, aprender. O autor que não faz isso costuma cair na mesmice. Para ambientar uma história em Paris sem nunca ter visitado a Cidade Luz, é essencial pesquisar sobre ela. A autora brasileira Carolina Munhóz, por exemplo, viajou para a Irlanda para conhecer melhor a mitologia e escrever com mais segurança do país dos leprechauns, seres dos quais ela fala em um dos seus livros de fantasia. Na continuação de “As Flechas de Tarian”, pretendo inserir na história um assunto que não domino. Já sei que precisarei aprender à respeito e fazer contato com pessoas que possam solucionar minhas dúvidas e revisar meu texto do ponto de vista “técnico”. Enfim, estudar é essencial para a formação de uma história rica em detalhes. Sim, um mundo novo e fantástico exige menos estudos práticos nesse sentido, mas aí o autor precisará estudar detalhadamente a sua prórpia criação!


 

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2 comentários para Oito coisas que aprendi escrevendo “As Flechas de Tarian”

  • Elis Eccher  diz:

    Oi Mila
    Hoje vou iniciar a leitura, posso dizer que após ler seu artigo que te admiro como pessoa e escritora.
    Obrigada por dividir uma parte do seu mundo comigo.

    Beijos e sucesso sempre.
    Elis

    • camilaguerra  diz:

      Obrigada, Elis!
      É um prazer abrir a janelinha da minha mente para vocês darem uma espiadinha. 🙂
      Obrigada pela visita e volte sempre!
      Bjs

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